terça-feira, março 28, 2006

sublime confusão

Queria uma forma de expressão artística
Diferente dessa esquematização de palavras.
Uma renovação ilustrativa
Não visível a olho nu.
Queria desenvolver o parágrafo
Sem ter que me ater às margens.
Queria uma folha de papel
Para poder enquadrar o sonho
Da forma mais abstrata,
Sem ter que definir
O que é o espírito.
Queria um ingresso à arte
Realizado por contraste,
Sem ter que discorrer comparações inúteis.
Queria que essas crônicas de costume
Comprometidas com a denúncia,
Delegassem a seus autores
Poderio necessário
Para retirar toda a maldade
Que se esconde atrás da porta.
Queria que os seres humanos,
Enlouquecidos e doentes,
Vivessem algum dia.
Queria fazer poesia
Sem ter que me explicar.
As imagens puras e simples
Seriam boas razões.

Julho/91

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