quarta-feira, maio 19, 2010

sangue doce

Pois é, agora posso me inserir em uma nova classe de pessoas: os diabéticos.
Tudo bem , eu já estava em várias outras: mulher, mãe, advogada, esposa, poeta...essa é só mais uma.
Confesso que ainda estou digerindo meio que isso tudo.
Apesar de mamãe também fazer parte da classe há uns 20 anos e eu conviver com isso todo esse tempo, às vezes me pego um pouco ansiosa quanto ao futuro.
Não queria encarar isso com uma doença, mas como um novo modo de vida.
Porém, por vezes, me apavoro um pouco, penso nas complicações que hão de vir, sem dó nem piedade.
Enquanto isso, vou levando as coisas, tentando ter bom humor.

Esta semana fiz duas receitas "diabéticas":
torta de palmito sem lactose e com massa integral (Hummmm, ficou boooommmm) e mousse de maracujá diet (só que esse tinha lactose por conta do leite condensado diet- na próxima, vou tentar fazer com "leite de soja"....).

quarta-feira, maio 12, 2010

coração de mulher - feliz dia das mães atrasado...

Letra e musica: Gerson Borges*

As vezes sou Ana chorando ãs portas do templo
Um grito, um lamento abafado, explodindo por dentro
Em outras, Dalila, sorrindo mentiras, manipulação
Que sem que eu perceba, só enganam meu triste coração
Só o meu coração feminino
Só o meu coração de mulher
Esse meu coração tantas vezes sem fé

Tem dias que olho no espelho e me vejo Maria
Querendo sentar aos teus pés e esquecer-me do dia
Em outros, é Marta me olhando cobrando rigor, perfeição
Inconsistente e instável, o meu triste coração
Sempre assim, coração pequenino
Frágil, meu coração de mulher
Esse meu coração que não perde a fé

De que o Senhor me atende e me abraça
E essa graça acalma a minha dor
Dor que é singular
Dor que é diferente, é da mulher
O Senhor, que já me amava menina
Pequenina, sonhando até
Em crescer e encontrar o Verdadeiro Amor
Para o meu coração de mulher

Em outros momentos da vida eu sou Madalena
Dizendo "Eu vi o Senhor! Tudo valeu a pena!"
Mas a roda do mundo girando me torna a mulher de Jó
Desacreditando na vida - eu sou mesmo cinza e pó
Sou Raabe, Miriã, Bate-Seba
Rute, Lidia e a mulher de Moises
e a pecadora que chora aos teus pés

* nosso pastor poeta

domingo, maio 02, 2010

a verdade dói

A Verdade (Carlos Drummond de Andrade)

A porta da verdade estava aberta,
Mas só deixava passar
Meia pessoa de cada vez.
Assim não era possível atingir toda a verdade,
Porque a meia pessoa que entrava
Só trazia o perfil de meia verdade,
E a sua segunda metade
Voltava igualmente com meios perfis
E os meios perfis não coincidiam verdade...
Arrebentaram a porta.
Derrubaram a porta,
Chegaram ao lugar luminoso
Onde a verdade esplendia seus fogos.
Era dividida em metades
Diferentes uma da outra.
Chegou-se a discutir qual
a metade mais bela.
Nenhuma das duas era totalmente bela
E carecia optar.
Cada um optou conforme
Seu capricho,
sua ilusão,
sua miopia.