Na roda, à fogueira
Viola canta, peão descansa.
Apeou há pouco e já olha o manto negro
que esconde a clareira,
na mata que dorme, silente e mansa.
Atrás de si a porteira
Relembra galopes, canções e xodós,
Juras que ficaram no caminho ataiado.
Teceu um fio de saudade doída e certeira
Aquela faísca lampeira que sobrou
do velho luzeiro empoeirado.
Mas essa é a noite de festa na fazenda.
A boiada chegou cumprindo mais uma lida.
As mulheres que em cantoria na tenda,
Ao redor do fogo estalado,
Com fitas e farda florida,
vão e vem no valsar programado
devolvem ao céu alegria incontida,
declamam um verso pra Deus,
numa reza agradecida.
(08.06.09)
Nenhum comentário:
Postar um comentário