Brigadeiro de colher da Lolô, Chantilly com morangos do Gugão e torta folhada by me |
poesias e afins
domingo, maio 29, 2011
revolução na cozinha
inspirated on Jamie Oliver
sábado, maio 28, 2011
Deserto literário
Felicidade não é para poetas.
Tais são daqueles soturnos
que se alimentam das notícias violentas.
Muros da cidade se acham pichados
de frases de morte.
E os poetas gostam.
Talvez outro ofício me caiba melhor.
Poema feito com uma "maõzinha" do meu filho mais velho, que me ajudou com algumas palavritchas.
Obrigada, filho!
Tais são daqueles soturnos
que se alimentam das notícias violentas.
Muros da cidade se acham pichados
de frases de morte.
E os poetas gostam.
Talvez outro ofício me caiba melhor.
Poema feito com uma "maõzinha" do meu filho mais velho, que me ajudou com algumas palavritchas.
Obrigada, filho!
quarta-feira, fevereiro 09, 2011
se é por falta de adeus
Já faz um mês que estamos na nova cidade.
Alguns amigos ja vieram nos visitar.
Uns, cúmplices de nossa virada radical, nos parabenizam. Outros, nos chamam de loucos.
Não dá mesmo pra agradar a gregos e troianos.
O fato é que está bem diferente mesmo nossa vida.
Agora nao dirijo mais até o parque para a caminhada diária.
Caminho aqui do lado, à beira de um lago m a r a v i l h o s o, sob a brisa fresquissima da manha.Cena de filme mesmo.
Aquela história de deixo as crianças no colégio e já faço tudo o que tenho pra fazer acabou.
O comércio só abre à 9:00 horas da manhã. Raríssimos estabelecimentos às 8:00 h.
Imagina? nove horas !!!!!!!!!!!!!
A essa hora o mundo ja deu mil voltas e o povo aqui tá acordando.
Outro dia queria comprar alho poró no Mercado Municipal e resolvi esperar até às oito.
Andei, andei pelo centro da cidade e já tinha passado várias vezes pelos mesmos lugares...
Ainda faltavam quinze minutos pro mercado abrir.
Parei numa padaria pra tomar um café.
Não preciso nem dizer que o pedido levou os quinze minutos restantes da minha espera pelo mercado pra chegar...
Foi até bom, eu estava fazendo hora mesmo.
Mas foi engraçado.
Na "Capitar", o expresso nao demora nem 15 segundos pra chegar e a gente ja acha que foi tarde!!!!
O máximo que se tem aqui é na unica fast food universal da cidade, o famoso "dois hamburgueres, alface, queijo, molho especial, cebola, picles, no pão com gergelim". Não chega em 60 segundos. Pode esquecer.
É o nosso adeus à vida instantânea.
E eu estou achando muito bom.
Alguns amigos ja vieram nos visitar.
Uns, cúmplices de nossa virada radical, nos parabenizam. Outros, nos chamam de loucos.
Não dá mesmo pra agradar a gregos e troianos.
O fato é que está bem diferente mesmo nossa vida.
Agora nao dirijo mais até o parque para a caminhada diária.
Caminho aqui do lado, à beira de um lago m a r a v i l h o s o, sob a brisa fresquissima da manha.Cena de filme mesmo.
Aquela história de deixo as crianças no colégio e já faço tudo o que tenho pra fazer acabou.
O comércio só abre à 9:00 horas da manhã. Raríssimos estabelecimentos às 8:00 h.
Imagina? nove horas !!!!!!!!!!!!!
A essa hora o mundo ja deu mil voltas e o povo aqui tá acordando.
Outro dia queria comprar alho poró no Mercado Municipal e resolvi esperar até às oito.
Andei, andei pelo centro da cidade e já tinha passado várias vezes pelos mesmos lugares...
Ainda faltavam quinze minutos pro mercado abrir.
Parei numa padaria pra tomar um café.
Não preciso nem dizer que o pedido levou os quinze minutos restantes da minha espera pelo mercado pra chegar...
Foi até bom, eu estava fazendo hora mesmo.
Mas foi engraçado.
Na "Capitar", o expresso nao demora nem 15 segundos pra chegar e a gente ja acha que foi tarde!!!!
O máximo que se tem aqui é na unica fast food universal da cidade, o famoso "dois hamburgueres, alface, queijo, molho especial, cebola, picles, no pão com gergelim". Não chega em 60 segundos. Pode esquecer.
É o nosso adeus à vida instantânea.
E eu estou achando muito bom.
sábado, dezembro 25, 2010
simples como viver a eternidade
No Presepio- Adélia Prado
Minha alma debate-se, tentada à tristeza e seus requintes. Meu pai morto não vai repetir este ano: "Nada como um frango com arroz depois da missa". Minha irmã chora porque seu marido é amarradinho com dinheiro e ela queria muito comprar uns festões, uns presentinhos mais regalados, ô vida, e ele acha tudo bobagem e só quer saber de encher a geladeira com mortadela e cerveja. Talvez, por isto, ou porque me achei velha demais no espelho da loja, sinto dificuldades em ajudar Corália. Queria muito chorar, deveras estou chorando, às vésperas do nascimento do Senhor, eu que estremeço recém-nascidos. Estou achando o mundo triste, querendo pai e mãe, eu também. Corália disse: você é tão criativa! E sou mesmo, poderia inventar agora um sofrimento tão insuportável que murcharia tudo à minha volta. Mas não quero. E ainda que quisesse, por destino, não posso. Este musgo entre as pedras não consente, é muito verde. E esta areia. São bonitos demais! À meia-noite o Menino vem, à meia-noite em ponto. Forro o cocho de palha. Ele vem, as coisas sabem, pois estão pulsando, os carneiros de gesso, a estrela de purpurina, a lagoa feita de espelhos. Vou fazer as guirlandas para Corália enfeitar sua loja. A radiação da "luz que não fere os olhos" abre caminho entre escombros, avança imperceptível e os brutos, até os brutos, banhados. Desfoco um pouco o olhar e lá está o halo, a expectante claridade, em Corália, em Joana com seu marido e em mim, também em mim que escolho beber o vinho da alegria, porque deste lugar, onde "o leão come a palha com o boi", esta certeza me toma: "um menino pequeno nos conduzirá".
Do livro Filandras, Editora Record - Rio de Janeiro, 2001, p 111
Minha alma debate-se, tentada à tristeza e seus requintes. Meu pai morto não vai repetir este ano: "Nada como um frango com arroz depois da missa". Minha irmã chora porque seu marido é amarradinho com dinheiro e ela queria muito comprar uns festões, uns presentinhos mais regalados, ô vida, e ele acha tudo bobagem e só quer saber de encher a geladeira com mortadela e cerveja. Talvez, por isto, ou porque me achei velha demais no espelho da loja, sinto dificuldades em ajudar Corália. Queria muito chorar, deveras estou chorando, às vésperas do nascimento do Senhor, eu que estremeço recém-nascidos. Estou achando o mundo triste, querendo pai e mãe, eu também. Corália disse: você é tão criativa! E sou mesmo, poderia inventar agora um sofrimento tão insuportável que murcharia tudo à minha volta. Mas não quero. E ainda que quisesse, por destino, não posso. Este musgo entre as pedras não consente, é muito verde. E esta areia. São bonitos demais! À meia-noite o Menino vem, à meia-noite em ponto. Forro o cocho de palha. Ele vem, as coisas sabem, pois estão pulsando, os carneiros de gesso, a estrela de purpurina, a lagoa feita de espelhos. Vou fazer as guirlandas para Corália enfeitar sua loja. A radiação da "luz que não fere os olhos" abre caminho entre escombros, avança imperceptível e os brutos, até os brutos, banhados. Desfoco um pouco o olhar e lá está o halo, a expectante claridade, em Corália, em Joana com seu marido e em mim, também em mim que escolho beber o vinho da alegria, porque deste lugar, onde "o leão come a palha com o boi", esta certeza me toma: "um menino pequeno nos conduzirá".
Do livro Filandras, Editora Record - Rio de Janeiro, 2001, p 111
segunda-feira, dezembro 06, 2010
mala
Por esses dias estaremos mudando de cidade.
Algo que queremos há muitos e muitos anos.
Vai ser algo bem radical, mudança total de estilo de vida.
Já estou encaixotando as coisas faz um tempo. Um pouquinho por dia.
Tenho jogado muita coisa fora. Muito lixo mesmo.
Por essa razão me pego perguntando por vezes: " então, o que realmente eu vou levar na minha mala?"
Fico meio reticente...
Talvez alguns livros, cd's e muito poucos amigos.
quinta-feira, outubro 07, 2010
todo o azul do mar
Flávio Venturini
Foi assim, como ver o mar
A primeira vez que meus olhos se viram no seu olhar
Não tive a intenção de me apaixonar
Mera distração e já era momento de se gostar
Quando eu dei por mim nem tentei fugir
Do visgo que me prendeu dentro do seu olhar
Quando eu mergulhei no azul do mar
Sabia que era amor e vinha pra ficar
Daria pra pintar todo azul do céu
Dava pra encher o universo da vida que eu quis pra mim
Tu...do que eu fiz foi me confessar
Escravo do seu amor, livre pra amar
Quando eu mergulhei fundo nesse olhar
Fui dono do mar azul, de todo azul do mar
Foi assim, como ver o mar
Foi a primeira vez que eu vi o mar
Onda azul, todo azul do mar
Daria pra beber todo azul do mar
Foi quando mergulhei no azul do mar
A long time ago te dei um bilhetinho com essa musica.
Ainda sinto tudo isso e muito mais.
Lembro do gosto do primeiro beijo, do seu cheiro na minha mão quando você ia embora.
Feliz 15 anos!
I love you!!
Debis
Foi assim, como ver o mar
A primeira vez que meus olhos se viram no seu olhar
Não tive a intenção de me apaixonar
Mera distração e já era momento de se gostar
Quando eu dei por mim nem tentei fugir
Do visgo que me prendeu dentro do seu olhar
Quando eu mergulhei no azul do mar
Sabia que era amor e vinha pra ficar
Daria pra pintar todo azul do céu
Dava pra encher o universo da vida que eu quis pra mim
Tu...do que eu fiz foi me confessar
Escravo do seu amor, livre pra amar
Quando eu mergulhei fundo nesse olhar
Fui dono do mar azul, de todo azul do mar
Foi assim, como ver o mar
Foi a primeira vez que eu vi o mar
Onda azul, todo azul do mar
Daria pra beber todo azul do mar
Foi quando mergulhei no azul do mar
A long time ago te dei um bilhetinho com essa musica.
Ainda sinto tudo isso e muito mais.
Lembro do gosto do primeiro beijo, do seu cheiro na minha mão quando você ia embora.
Feliz 15 anos!
I love you!!
Debis
segunda-feira, setembro 27, 2010
Retrato
(Cecilia Meireles)
"Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
Em que espelho ficou perdida a minha face?"
há quem diga que quem ama não disciplina.
eu, por mim, creio que é o contrário.
muitas vezes, precisamos colocar as coisas nos eixos pra vida voltar a ter sentido.
e olha que ela passa rápido demais.
é passar os olhos pelo relógio e ver que a imagem que está no espelho é estranha.
muito dificil lidar com perdas, filhos que vão embora, passar os dias em branco, enfermidades, solidão.
complicado passar da posição de condutor à de conduzido.
tornar-se como criança.
porém, a infância é menos árdua.
envelhecer pode ser maravilhoso, mas não deixa de ser um parto tardio, se é que me entendem.
necessário despojar-se de conceitos e ritos, mas também apropriar-se de novas formas, novos fazeres.
espero que minhas disciplinas não sejam tão ásperas, apesar de revestidas de muito amor.
desejo que façam surtir renovação.
"Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
Em que espelho ficou perdida a minha face?"
há quem diga que quem ama não disciplina.
eu, por mim, creio que é o contrário.
muitas vezes, precisamos colocar as coisas nos eixos pra vida voltar a ter sentido.
e olha que ela passa rápido demais.
é passar os olhos pelo relógio e ver que a imagem que está no espelho é estranha.
muito dificil lidar com perdas, filhos que vão embora, passar os dias em branco, enfermidades, solidão.
complicado passar da posição de condutor à de conduzido.
tornar-se como criança.
porém, a infância é menos árdua.
envelhecer pode ser maravilhoso, mas não deixa de ser um parto tardio, se é que me entendem.
necessário despojar-se de conceitos e ritos, mas também apropriar-se de novas formas, novos fazeres.
espero que minhas disciplinas não sejam tão ásperas, apesar de revestidas de muito amor.
desejo que façam surtir renovação.
terça-feira, agosto 24, 2010
comer, beber, namorar
Li hoje esse post num blog que sigo.
Num primeiro impacto, ri muito: alguém nessa vida tem tempo pra fazer isso ainda?
Depois, me inquietei.
Acho que estamos precisando de umas férias A DOIS.
Num primeiro impacto, ri muito: alguém nessa vida tem tempo pra fazer isso ainda?
Depois, me inquietei.
Acho que estamos precisando de umas férias A DOIS.
quinta-feira, agosto 19, 2010
Ausência de poesia
Adelia Prado
Aquele que me fez me tirou da abastança,
Há quarenta dias me oprime do deserto. (...)
Ó Deus de Bilac, Abraão e Jacó,
Esta hora cruel não passa?
Me tira desta areia, ó Espírito,
Redime estas palavras do seu pó.
(Poesia Reunida, p.189.)
ando assim também.
para ler meus poemas passados, digite na busca o tag "meus poemas".
por hoje é só o que tenho.
Aquele que me fez me tirou da abastança,
Há quarenta dias me oprime do deserto. (...)
Ó Deus de Bilac, Abraão e Jacó,
Esta hora cruel não passa?
Me tira desta areia, ó Espírito,
Redime estas palavras do seu pó.
(Poesia Reunida, p.189.)
ando assim também.
para ler meus poemas passados, digite na busca o tag "meus poemas".
por hoje é só o que tenho.
sexta-feira, agosto 13, 2010
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