segunda-feira, julho 02, 2007

Uma página de 1994

Contar
com dez, vinte
sejam quantas forem as letras
Que dói profundo
Isso a que os poetas
Chamam de saudade.
Crescer
Seja em metros, milhas
Qualquer que seja a escala
Bem mais
Isso a que os poetas
Chamam de amor.
Sonhar
Seja real ou mesmo apenas não
Qualquer que seja a dimensão
Límpido e claro
Isso a que os poetas
Chamam de desejo.
Querer
Forte e sempre
Esse a quem
Chamo de você.....


Dizer da saudade, do desejo, da distância e sofrimento sempre se fez o melhor ganha-pão dos poetas. Às vezes nem tão apaixonados, mas famintos.
Os noturnos também sentem fome. Daria um roteiro incrível. O que é crível?

A realidade nem sempre combina com a crença. Cair da cobertura significa encontrar um concreto gelado, sólido, que não coloca panos quentes.

Mas o jogo nos ensina a sorrir...tão amarelo seria se soubesse que é tão somente falso.

Nesse jogo de fome, vida, profissão, dizer-se poeta das saudades pode ser mesmo cômico; mas eu não.

Eu sempre a digo por que ela está sempre comigo e você não.

13/07/1994
0:50h

Parabéns!

Pensei num poema de aniversario
Procurei aos quatro cantos o melhor que pude
Por todo lado, palavras avulsas,
Coisas sem sentido.

Não queria nada disso.
A vida é muito mais.
Os dias passam,
Os ventos varrem tudo:
Amigos, amores, cantigas, sabores.

Mas as cores ficam
Eternizadas na tela da lembrança.
Todos os anos, elas vão e vem
Num balé coreografado pela história.

Por isso, amigo,
Mais que beleza, bens ou ventura
Desejo a voce.

Que vejas o momento
Num som de realejo
E não afogues o coração.
Que da rotina não sejas escravo
E teus sonhos não sejam em vão.



Hoje é aniversário de um velho amigo. Procurei alguma poesia pra mandar. Acabei fazendo....